Era quase 8h

E então são quase quase 8h da matina e você tá no bar com duas pessoas que você conhece a relativo pouco tempo, uma delas tá dormindo estirada na mesa depois de mais doses alcoólicas do que deveria e a outra tá só tão fodido quanto você a ponto de vocês se entenderem mesmo quando ela tá completamente transtornada de LSD. E vocês se entendem muito bem. O garçom vem pela octogésima vez oferecer mais um litrão, veja se pode. A cerveja já está mais quente que a CNTP fortalezense ( 30°, zero altitude, calor infernal, umidade relativa do ar nada relativa). Ninguém mais bebe nada, a gente só fala dos desamores passados e atuais e das amizades que já foram e as que estão sendo. Enquanto isso, o rapaz ao lado só dorme. E como dorme. Parece exausto como se tivesse feito parte de um ataque lendário da seleção brasileira em 94 junto do Romário. Tá esgotado.

O outro? Ele só desabafa e fala “eu te entendo”, e entende. E não importa que estamos no Caribe e são 8h da manhã. Não importa, realmente, que aquela noite que era pra ser nota mil, foi nota mil. O que importa é que agora, neste exato momento, o companheiro acordado e transtornado fala:

“Iago, aguenta mais uma cerveja agora?”

“Claro”

Copo enche, mente se esvai. Começa o sábado.